Parece uma pergunta sem sentido, mas perante a imensa prodigalidade deste belo planeta que graciosamente nos sustenta há que colocar a questão. Sobretudo quando abusamos irresponsavelmente dos seus dons. Avancemos, pois, algumas respostas:
Gratidão. Ser grato é ser ético. É ter em consciência o bem e responder com o bem. Ser grato é ser capaz de amar aceitando e reconhecendo o dom do outro. E ao outro que se oferece a nós através daquilo que dá.
Responsabilidade. Ser responsável é ser capaz de responder ao apelo que o outro me lança. De não ofensa. De não abuso. De compaixão.
Amor. Amar é dar-se e acolher o outro. Desejar-lhe bem. Ligar-se.
Se o planeta nos fez assim, agentes livres e responsáveis, ou seja, éticos, esta é a resposta. Assumir a nossa condição. Humana.
Especificamente:
Ter consciência de que somos parte do planeta e estamos intrinsecamente conectados à miríade de espécies que nele são.
Ter em atenção os processos que determinam a economia do planeta- a energia que circula por produtores, consumidores, decompositores- como modelo regulador da nossa própria economia. Há que alinhar os nossos modelos económicos com o equilíbrio e a integridade dos processos ecológicos.
Ter a preocupação de restaurar, cuidar, curar as "feridas" provocadas ao planeta pelas acções irresponsáveis.
Enfim, assumindo a verdade básica de que apenas se é/existe com todos os outros entes planetários ter presente o significado da reciprocidade. Que no fundo significa o respeito que devo a todo aquele que habita a minha casa. O meu Lar-Planeta.
Como afirma Robin Kimmerer:
Gratitude is our first, but not our only gift. We are storytellers, music makers, devisers of ingenious machines, healers, scientists, and lovers of an Earth who asks that we give our own unique gifts on behalf of life.
Ver mais em : http://www.humansandnature.org/earth-ethic---robin-kimmerer-response-80.php#