sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Actividades na Campo Aberto em Dezembro e Janeiro
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Think Tank Gulbenkian: a Água e o futuro da Humanidade
Mais informações em:
http://www.gulbenkian.pt/index.php?object=160&article_id=2830&cal=eventos
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Ambiente Uma Questão de Ética
A sessão marca o reinício do ciclo «A Natureza nas Religiões e nas Filosofias», no qual tinham já antes decorrido três sessões.
Maria José Varandas começou por explicar sucintamente o que é a Sociedade de Ética Ambiental, e o que são as éticas ambientais, tendo a seguir explicado alguns conceitos fundamentais para o tema, designadamente os conceitos de valor intrínseco, valor instrumental, valor sistémico, antropocentrismo ético e éticas não antropocêntricas, a oposição relacional/não relacional na questão do valor, inscrevendo-os no contexto da crise ambiental moderna e no das filosofias que a tentaram interpretar e a ela responder em termos conceptuais e práticos.
Neste momento, foi aberta uma troca de impressões em que várias pessoas presentes intervieram com evidente interesse, tendo sido focada por exemplo a questão do pensamento primitivo simbiótico versus pensamento racional antropocêntrico.
Seguidamente, a palestrante deteve-se numa análise introdutória a três pensadores que se destacam na ética ambiental contemporânea: Holmes Rolston III, para quem os valores existem objectivamente independentemente do avaliador, Paul Taylor, que retoma alguns dos pontos de partida de Albert Schweitzer e da sua «reverência pela vida», e de J. Baird Callicot, que, partindo do aspecto primacial que são as emoções, o sentimento de simpatia e antipatia na origem da vida moral, estabelece um certo equilíbrio entre uma atribuição subjectiva de valor pelo homem à natureza e o carácter iniludível do seu valor próprio, que ultrapassa a subjectividade humana.
Também esta parte foi vivamente debatida pelos presentes, tendo a sessão sido encerrada devido ao adiantado da hora, embora o debate se tenha prolongado por mais algum tempo em pequeno grupo de «resistentes».
Uma segunda parte desta sessão, que simultaneamente apresentava alguns temas do livro com o mesmo título, de autoria de Maria José Varandas e editado pela Esfera do Caos com apoio do Programa Gulbenkian Ambiente, vai decorrer no dia 19 de Janeiro de 2011, com a mesma palestrante.
O livro esteve à venda na sessão e passa a fazer parte do catálogo da «loja» da Campo Aberto (na sede e no e-sítio www.campoaberto.pt), podendo ser adquirido pelo preço especial de €12,00, mais, se for o caso, despesas de expedição. Para qualquer informação suplementar: contacto@campoaberto.pt
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Jornadas pelo Ambiente - Quercus
Veja o programa em:
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaulteventViewOne.asp?categoryID=487&eventsID=407
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Conferência - Decrescimento Sustentável
"Sustainable Degrowth", 12 de Novembro de 2010, 11h00-13h00, Auditório da Biblioteca da FCT-UNL
Apontamento sobre Conferência da Gulbenkian - "Felicidade"
Na 6ª feira passada, no auditório 3 da Gulbenkian decorria um colóquio cujo tema era a felicidade.
Sentámo-nos para ouvir a Sofia (Vaz). E ela de um modo bem encadeado e articulado chegou à ética das virtudes. Sim, os estudos comprovam e é uma verdade empiricamente reconhecida: a partir de certo grau de conforto material mais dinheiro não proporciona mais felicidade. O que fazer então? Trilhar o caminho da virtude, ou seja, aplicarmo-nos no aprimoramento do “inner self” através de uma acção em equilíbrio com o mundo. Atingido este patamar, um passo gigante para a felicidade teria sido dado. Uma ética das virtudes, não pergunta para onde devo ir, ou o que devo fazer, mas , antes, que tipo de pessoa devo ser na minha relação com os outros e com o mundo natural que me envolve. E hoje já não basta a humildade, essa sim uma boa virtude, porque permite a abertura ao outro que o autocentramento arrogante fecha, ou até mesmo a responsabilidade, a crise do ambiente diz-nos que outras virtudes devem ser assumidas para bem viver dentro dos limites do planeta – a eco-cidadania, a sustentabilidade ambiental. Antes de mais, porém, é preciso fazer a gestão dos limites do querer, afirmava a Sofia e aí pairou uma reminiscência de Nietzsche quando este afirmava que “a maior parte das pessoas estão demasiado ocupadas consigo próprias (leia-se com o seu querer) para serem más”.
Este foi o tema prosseguido por Eduardo Gianetti da Fonseca, que com uma espantosa facilidade de comunicação atingiu em cheio o “pathos” do auditório. Interrogações e mais interrogações ecoaram sem resposta no coração do público - Até que ponto as nossas escolhas têm conduzido à criação de condições adequadas para vidas mais livres e dignas de ser vividas? A civilização entristece o animal humano? O que houve de errado no projecto iluminista de conquista da felicidade por meio do progresso tecnocientífico? Qual deveria ser o peso do prazer na busca da felicidade?
A terminar a sessão, um filme de Morin, dominado pela pergunta “êtes vous heureux?”. E o que o autor encontrou foi mais desencontro do que felicidade.
Viriato Soromenho Marques fechou a sessão e, no comentário ao filme, aludiu ao pensamento aí expresso por uma “pin-up” loura de seios fartos e saia curta, afirmando que esse pensamento imprevistamente verbalizado pela rapariga, é bem capaz de ser o ponto de partida da felicidade- “ter um mundo dentro de si”, ou seja, uma cheieza feita de vida, equilíbrio, afecto, gente e....natureza.
Sociedade de Ética Ambiental
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Seminário da CNECV- 26 e 27 de Novembro
Mais informações em www.cnecv.pt
Constituição da República Portuguesa
1. Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.
2. Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro de um desenvolvimento sustentável, incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e com o envolvimento e a participação dos cidadãos:
a) Prevenir e controlar a poluição e os seus efeitos e as formas prejudiciais de erosão;
b) Ordenar e promover o ordenamento do território, tendo em vista uma correcta localização das actividades, um equilibrado desenvolvimento sócio-económico e a valorização da paisagem;
c) Criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico;
d) Promover o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo princípio da solidariedade entre gerações;
e) Promover, em colaboração com as autarquias locais, a qualidade ambiental das povoações e da vida urbana, designadamente no plano arquitectónico e da protecção das zonas históricas;
f) Promover a integração de objectivos ambientais nas várias políticas de âmbito sectorial;
g) Promover a educação ambiental e o respeito pelos valores do ambiente;
h) Assegurar que a política fiscal compatibilize desenvolvimento com protecção do ambiente e qualidade de vida.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Seminário sobre Biodiversidade
Mais informações em:
http://www.seminariobiodiversidade2010.com/
Debate "Ecologia e direitos dos animais"
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Aldo Leopold e a Ética da Terra
Aldo Leopold nasceu em 1887 e faleceu em 1948. A sua carreira, desde cedo, esteve ligada à gestão das florestas e ao conservacionismo. Tornou-se professor na Universidade de Wisconsin em 1933, onde regia a disciplina de gestão dos recursos cinegéticos integrada no departamento de Economia Agrícola. Os quinze anos de docência, e o aprofundamento dos temas do conservacionismo, conduziram-no à redacção da sua obra “Sand County Almanac” publicada um ano depois da sua morte.
Esta obra virá a ser considerada, juntamente com “Silent Spring” de Rachel Carson, um marco fundamental da literatura ambientalista do século XX, fundando um programa ecocêntrico de ética : a ética da terra.
A ética da terra é, justamente, o título da última secção da referida obra, que numas escassas 20 páginas desenvolve uma revolucionária maneira de entender o Homem, a Natureza, e a Ética.
Em primeiro lugar anuncia uma transição exigida por um processo evolucionário que é tanto filogenético quanto ético:
“uma ética da terra altera a função do Homo Sapiens, tornando-o de conquistador da comunidade da terra em membro pleno dela. Implica respeito pelos outros membros seus companheiros (fellow-members) e também respeito pela comunidade enquanto tal.”
Em segundo lugar, mostra o ser do mundo, incluindo aí o ser do homem: comunidade, simbiose, parentesco.
“A ética da terra, amplia simplesmente as fronteiras da comunidade para dentro delas incluir os solos, as águas, as plantas , os animais ou colectivamente a terra.”
Em terceiro lugar, evidencia a dinâmica funcional desse ser: inter-relação, diferenciação, conexão,
“toda a ética, até ao presente, repousa numa simples premissa – a de que o indivíduo é um membro de uma comunidade de partes interdependentes".
Em quarto lugar, enfatiza a sua dimensão estrutural: o amor (ou a bio-empatia) manifestado nos laços que ligam tudo a todos e todos a tudo.
“Quando compreendemos que a terra é uma comunidade à qual pertencemos, nós começamos a usá-la com amor e respeito”.
Daí que o salto qualitativo para a ampliação do círculo de consideração moral, a transição ética do homem no sentido da cidadania planetária, requeira, como condição necessária, segundo Leopold, uma literacia ecológica, capaz de esclarecer sobre o ser que somos, afins com tudo o que nos rodeia.
A “bondade” (i.e., o Bem) decorre da assunção dessa natural condição humana, da compreensão da rede funcional e intensamente inter-conectada que caracteriza a vida, da expansão dos sentimentos positivos a todos os nossos fellow-members da odisseia evolutiva terrestre. Por isso,
“Algo é bom quando preserva o equilíbrio, a integridade, a beleza da comunidade biótica, é mau quando não o faz.”
Leopold, A., 1949, A Sand County Almanac, London/ Oxford/ N. York: Oxford University Press (ed. portuguesa: 2008, Pensar Como uma Montanha, trad. Ed. Sempre-em-Pé, Águas Santas Ed. Sempre-em- Pé).